"MÃO ÚNICA".

10:06Apenas Evangelho

Quando, porém, vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá em toda a verdade. E não falará de si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, pois receberá do que é meu e o anunciará a vós. Tudo o quanto o Pai tem é meu, por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, o anunciará a vos. 
João 16:13-15




Por Sandro VS

O Evangelho de João tem uma particularidade. Apresenta Jesus nos seus momentos íntimos mais do que os outros três Evangelhos e os diálogos registrados por João são uma prova disso.

Estas conversas pessoais mostram um Cristo tanto acessível quanto cuidadoso com a humanidade, por exemplo, a conversa com Nicodemus mostra que o Cristo veio dar nova vida ao homem, a conversa com a samaritana mostra que o Cristo veio tratar com o pecado da humanidade, a conversa com o paralítico do tanque de betesda mostra que o Cristo  veio libertar o povo do misticismo e do tradicionalismo.

Entre outras conversas  íntimas de Jesus, João registra, no capítulo dezesseis, uma conversa íntima e informal de Jesus com seus discípulos. O assunto começa no capítulo treze quando, na ceia da páscoa, Jesus aplica várias lições aos doze, passa pelo capítulo quatorze onde fala de sua morte, ressurreição e ascensão, transita também pelo capítulo quinze, onde Ele propõe uma parábola comparando a videira, seus ramos e frutos com a vida que aqueles que creem só encontrariam Nele e finaliza no capítulo  dezesseis falando do Consolador, o Espírito Santo que viria em seu lugar para aconselhar e cuidar dos eleitos a fim de estes alcançassem a vida plena no evangelho de Jesus.

A volta de Jesus para o Pai e o envio do Espírito em seu lugar marcaria uma nova fase do relacionamento entre o Cristo, agora revelado, e os seus seguidores. O diferencial desta nova fase estaria na relação que Jesus tinha com os discípulos e que o Espírito iria ter com eles e com os que viessem a crer no evangelho, ou seja, enquanto Jesus esteve presente, os discípulos desfrutaram da presença divina de uma maneira visível e corporificada, agora, o Espírito que viria, habitaria dentro dos discípulos de Cristo, assim o que o Espírito proporcionaria para os seus seria nada mais e nada menos que a concretização de tudo aquilo que Jesus ensinara e prometera no evangelho.

O Espírito seria o parakletos que no grego tem o sentido Ajudador, portanto ao morar nos que creem , o Consolador tem o poder de conduzi-los pelo bom caminho proposto pelo evangelho.

Um dos auxílios disponibilizados pelo Consolador aos discípulos de Cristo era guiá-los em toda a verdade. No início desta conversa Jesus diz que quem O vê, vê o Pai, portanto tudo o que de Deus se pode conhecer revelou-se em Cristo (João 14-9), assim não existe mais nada a ser revelado a cerca do Pai a não ser o que em Cristo foi mostrado, mas um pouco antes disso Cristo também se auto afirma a personificação da verdade (João 14-6) e agora Ele afirma que o Espírito os guiaria nesta verdade.

É importante aqui desfazer um equívoco: Jesus não disse que o Espírito guiaria os discípulos a toda verdade como algumas traduções sugerem, pois se assim fosse haveria uma nova verdade a ser revelada, mas o que o texto grego traz é em toda a verdade, ou seja, não é um acréscimo a verdade que está em Jesus, mas a aplicação plena da verdade Nele estabelecida, assim, Jesus insiste em dizer que sempre agiu em conformidade com a vontade do Pai, e agora insiste em dizer também que o Espírito age em conformidade com as Suas palavras anunciando tudo o que Dele receber.

Portanto a missão do Espírito é explicar e aplicar a mensagem do Evangelho de Cristo explicitamente e no sentido exato do conhecimento que em Jesus foi revelado, a perfeição desta obra resulta na glorificação do Filho, pois se o Espírito anuncia tudo o que de Cristo recebe, e o conteúdo deste anúncio é a verdade, tudo se cumpre, então assim o Filho é glorificado como o verdadeiro Cristo.

Portanto andar no Espírito é andar na verdade mesmo em meio às mentiras, é não ser levado por ventos de doutrina. O Espirito tem autoridade para nos guiar na verdade proposta em Jesus porque Ele recebe e anuncia a nós tudo o que está em Cristo e, por consequência, no Pai.

Assim, nós como Igreja só andamos na verdade quando possuídos por ela, só vivemos sua plenitude quando servimos a ela e só usufruímos de seus benefícios quando nos rendemos a ela.

Paulo resume isto assim: "Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade".

Soli Deo Glória!

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