QUEM DECRETA? EU OU DEUS.

08:33Apenas Evangelho

Por Flávio Santos

Nós gostamos de sonhar, planejar e, ficamos felizes, quando nossos mais brilhantes sonhos se tornam realidade, e os planos nos quais mais nos empenhamos se concretizam. Mas, sempre nos entristecemos, quando nem sonhos, nem projetos se realizam, porém não paramos, pois sabemos que os planos pertencem ao coração do homem, mas a resposta certa vem do Senhor. Será que isso acontece com Deus? Será que o plano de Deus não terá um bom êxito? Será que aquilo que Deus disse que aconteceria, não vai acontecer por motivos fora de Seu controle? Muitas perguntas podem ser feitas e, podemos respondê-las dizendo, que tudo que Deus falou vai acontecer, porque ele é Deus e, de fato, por Sua soberania decretou tudo segundo a sabedoria da sua vontade. 



Podemos definir decreto, segundo o Catecismo de Westminster como o “Seu eterno propósito segundo o conselho de Sua vontade pelo qual, para sua própria glória, ele predestinou tudo o que acontece”. Através desta definição, podemos destacar que o decreto faz parte do ser de Deus, ou seja, que não teve influências externas para decretar nada, não estava sob coação de outrem para determinar tudo o que deveria acontecer. 

Neste caso, observamos que o decreto precede a presciência. Deus conhece pessoas e não ações dos seres humanos, isso fica evidente em Romanos 8 que diz “Por que os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Isso tira qualquer possibilidade de dizer que Deus conheceu as ações dos homens para criar o mundo e elegê-los para habitar o mundo criado e a salvação em Cristo. Na morte de Cristo também podemos observar como é a relação do decreto com a presciência, onde em At 2.23 diz que Cristo foi entregue pelo determinado conselho de Deus e depois pela sua presciência, e não pela presciência e depois pelo determinado conselho de Deus, e corroborando com isso A. W. Pink afirma que “a presciência de Deus se baseia em seu decreto”. 

Vamos agora observar, a relação da onisciência de Deus com o Seu decreto. Será que Seu conhecimento de todas as coisas causou o decreto, ou é fruto dele? Será que Deus decretou porque conhecia, ou decretou por isso conhecia? Como já dissemos, o decreto tem uma relação íntima com o conhecimento divino, e, precisamos definir, qual é esta relação, para não cairmos no erro de pensar que o conhecimento precede o decreto. 

Como afirma Berkhof, há em Deus dois conhecimentos, o necessário, que inclui todas as causas e resultados possíveis, e o livre, que é o conhecimento das coisas conforme se realizam no curso da história. Nestes casos o conhecimento necessário fornece material para o decreto, pois este conhecimento leva Deus a escolher a melhor forma de formular o seu decreto, o conhecimento livre procede do decreto, pois é a realização do sábio conselho divino. O que precisamos ter em mente, é que a causa de todas as coisas determinadas e cumpridas, fazem parte do decreto eterno de Sua vontade divina. 

O Catecismo de Westminster continua dizendo que Deus predestinou tudo o que acontece. Há uma predestinação ou destino pré-determinado por Deus. Alguns acham que predestinação é um sinônimo da palavra decreto, mas não, a predeterminação é resultado do decreto livre, soberano e eterno de Deus. Wayne Grudem diz que “os decretos de Deus são os divinos desígnios eternos por meio dos quais antes da criação do mundo Ele determinou realizar tudo que acontece”, isso nos mostra, que a determinação é Deus concretizando tudo que determinou. Berkhof afirma que “Ele determinou desde toda a eternidade tudo quanto há de suceder e executa sua Soberana vontade em sua criação toda”. 

Para encerrar, vamos ver qual a relação que o decreto tem com a providência. A providência é a maneira pela qual Deus preserva, sustenta e governa toda a sua criação, é a efetivação dos decretos eternos. É através dos atos providenciais, que Deus opera na realização do seu eterno propósito e, podemos então concluir, que o decreto precede a providência e não o contrário. 

Observamos então, que o decreto precede tudo, pois é o desígnio eterno e soberano de Deus e dele procede a presciência, a onisciência, a determinação e a providência. Fica evidente então, que não há como algo se concretizar, sem que já não tenha sido decretado pelo ser divino, e sua vontade eterna e imutável. 

Neste sentido, Deus é Soberano e, logo, o seu decreto também o é, e tudo isso nos leva a adorá-lo na beleza de sua santidade, exaltá-lo por tudo que ele é e faz, e sempre descansar em Sua soberana vontade que é o melhor para nós. 

Agora, é apenas parar de decretar qualquer coisa e, viver no Seu decreto eterno e soberano. Sabendo que o Seu decreto não anula qualquer responsabilidade e liberdade que nós temos.

Até porque, o melhor lugar para se viver é o centro da vontade de Deus, não é?

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